terça-feira, 3 de maio de 2011

A divertida arte de amar



           
       Eu até acho que algumas cantadas são completamente “resistíveis”, mas vamos combinar, que é preciso muita coragem para uma abordagem direta como a que presenciei hoje de manhã. A menina desceu do ônibus e parou exatamente na minha frente. Tinha um cabelo liso de dar gosto. Naturalmente natural.

             Foi tudo que reparei. Logo surgiu uma outra pessoa ao lado dela. Ele era alto, mais para gordinho e “parem as máquinas” tinha o cabelo pintado!! Mas por quê, meu Deus?! Homem fica bem de cabelos grisalhos. Quer disfarçar os branquinhos? Ótimo!! Mas “investir” no castanho e suas variações... Rapazes, acreditem em mim, é difícil acertar o tom!

            Então ele veio com o seguinte papo: “Nossa, hoje que reparei. A gente pega o mesmo ônibus todos os dias. Legal, né”. Aí eu fiquei imaginando uma série de respostas que ela poderia ter dado. Algo do tipo: “Muito legal!! É bom pegar ônibus com pessoas conhecidas; eu me sinto protegida!”.Não deu para ouvir o que ela respondeu (falava baixo!). Ele ainda falou que “sabia que ela pegava o ônibus perto do Barrashopping”. Tipo, dividindo um segredo com ela.. Mas o sinal abriu e, no mesmo segundo, ela sumiu das nossas vistas!

            Podia ter dado certo, né? Já presenciei a seguinte cena. Em um restaurante, o cara virou para a menina e falou que “amava jazz!. Ela achou o máximo e falou sabe o quê? “Nossa, muito legal você gostar de jazz”. Aí eles passaram a noite inteira se beijando, enquanto eu comia croquete de carne e meu marido bebia um drinque. Mas o pior ainda estava por vir! Confesso que, particularmente neste dia, não estava lá muito “alegre”. Se fosse arriscar um palpite, tenho certeza que estava na TPM. Eu queria estar DORMINDO e Fred dar uma saidinha! Esta combinação explosiva nunca poderia ter dado certo.

       Nesta única noite de nossas vidas fomos aquele casal que todo casal repara. Justamente porque eles não trocam sequer uma palavra. Animados pela bebida e pelo primeiro encontro (sim, ouvi a conversa deles todinha!) o cara virou para a mulher e falou assim “Nossa, será que daqui a alguns anos vamos ficar igual a aquele casal ali que não conversa?!” Depois desta declaração, achei que o melhor era agir; nada de falar! Beijei MUITO, comi mais croquete e ainda incentivei Fred a beber mais um drinque!

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