Tem coisas que nenhuma mulher consegue explicar. O desejo pela única peça de roupa em uma loja,é uma delas. A coisa se desenrola mais ou menos da seguinte maneira. Você está em uma loja. Gostou de um vestido. Aí pede à vendedora o seu tamanho. Momentos de angústia. A vendedora demora anos-luz para voltar. Neste curto espaço de tempo, eu já penso que a minha vida DEPENDE daquele vestido. Então chega a vendedora, com uma expressão plácida como se NADA estivesse acontecendo e com um vestido azul nas mãos. “Meu Deus, eu não tinha pedido o preto?!”
Calmamente, ela se aproxima de você e começa o discurso “Olha o preto, no seu tamanho, eu até tenho um; mas tem uma “outra pessoa” experimentando”. Este azul também é lindo, por que você não experimenta?” O desfecho é sempre o mesmo. Quando a “outra pessoa” sabe que você cobiça a mesma peça, pronto! Ela poderia até estar na dúvida, mas quando você manifesta o seu interesse, surge a CERTEZA que sim...ela vai levar para beeeeeeeeemm longe dos seus olhos o vestidinho que você tanto queria.
Mas nem sempre fui a “cobiçadora” da peça alheia. Também já estive “do outro lado do balcão”. Foi assim. Eu passei a coleção de verão inteira da Maria Filó de olho em um blazer. Mas ele era caro, então nem pensei em “levá-lo para casa”. Um belo dia, a vendedora de lá me ligou e avisou que o blazer estava em liquidação. Vou lhe confessar. Eu continuava gostando dele, mas não estava apaixonada. Experimentei e ficou perfeito em mim. Minhas amigas adoraram e achavam que eu tinha que levar.
A vendedora não se cansava de falar que a estampa foi produzida por computação gráfica, coisa e tal. Mas eu AINDA não estava convencida! Até que...até que eu estava tirando o blazer, quando entrou uma menina na loja e falou “Nossa, que lindo. Adorei. Quero um igual”. Neste instante, eu pensei: também quero igual! Mas olha, só.. ele JÁ ESTAVA comigo! Então a vendedora cumpriu o doloroso dever de informá-la que aquele (o que estava na minha mão!) era o ÚNICO da loja e me perguntou se eu me importava de emprestá-lo para que a outra cliente pudesse experimentar. Ela experimentou e amou. Eu também! Eu já não concebia mais a ideia de sair daquela loja sem ele. Outro dia vim trabalhar com o blazer. Quando uma amiga elogiou, logo falei “as estampas foram feitas em computação gráfica”. Bonito, né?
Ps: Nem me lembro quando foi a primeira vez que assisti a “Uma linda mulher”, lá pelos anos 90. Mas continuo achando o figurino do filme FANTÁSTICO. Até hoje, acho esse vestido vermelho LINDO e amo essa cena!!
É a Willy Wonka mais doce que eu conheço!!!! Bjão!
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