quinta-feira, 28 de abril de 2011

Mesa comunitária




Hoje foi diferente. Não tive companhia para almoçar! Justo eu que não suporto almoçar sozinha. Não que eu tenha “problemas” com solidão; vamos combinar que, depois que você tem um filho, a equipe doméstica cresce e ficar sozinha em casa - por exemplo- é quase um luxo!

Mas eu não me abalei. Fui no mesmo restaurante e comi a mesma comida de sempre. Quem é virginiano sabe que uma mudança na rotina é capaz de levar os nativos deste signo a loucura. Escolhi o de sempre: o arroz integral e o bife à parmegiana feito no forno. Mas aí decidi “ousar” (meio da semana pode, né?) e peguei uma quiche de cenoura com queijo.

Como se o destino quisesse me lembrar que eu estava solitária, a única cadeira vaga em todo o restaurante era na mesa comunitária. E olha que a posição da cadeira nem era boa; no meio de outras.

Foi aí que aconteceu. Eu percebi que estava sendo paquerada pelo meu companheiro de mesa. Primeiro houve uma troca de olhares. Eu olhei e ele também. Sei lá quem olhou primeiro. Depois tive certeza. Ele olhou de novo. Cheguei a pensar que ele estava arrependido de não ter escolhido a quiche de cenoura. E estava olhando para ela, e não para mim.


Mas bastava eu levantar a cabeça que lá estava ele olhando. Devia estar na faixa dos 50 anos. Cabelos grisalhos, rosto bem marcado de rugas e uma aliança que era o dobro da minha. Não, eu não o achei feio. Nem bonito. Para se ter um parâmetro, se o mundo fosse acabar e a minha sobrevivência dependesse dele, eu até aceitaria um convite para um almoço (coisa breve).

Por coincidência (ou não) terminamos a refeição praticamente juntos; a tempo de nos encontrarmos no caixa de pagamento. Foi nesse momento que reparei. Meu Deus?! Que barrigão! E olha que nem reparei o que ele tinha ingerido!

Definitivamente eu não deixaria que ele me salvasse, caso o mundo viesse a acabar. Eu escolheria alguém que fizesse mais o meu tipo. Pensei em todo os homens que conhecia e os que desejaria conhecer. Finalmente escolhi um que parecia reunir TODAS as características. Não é que casei com ele?!

3 comentários:

  1. Coisas desse tipo, só acontecem, quando estamos sozinhas...Mas fale a verdade, vai me dizer que não sentiu nenhuma invejinha branca da aliança dele, heim?! Cuidado com os carnês....!!!!

    ResponderExcluir
  2. Puxar o saco do marido para ser perdoada pelos carnês da H.Stern não vale... ;)

    ResponderExcluir
  3. Que saudade desse restaurante! Ando comendo muito sal...

    ResponderExcluir