sexta-feira, 29 de abril de 2011

Cuidado com os bipolares




Desde o dia em que descobri que tenho menisco e que ele está “passando por problemas pessoais”, tive que abandonar as sapatilhas que tanto amo. Nada pessoal e sim orientação do meu ortopedista. Para começar o dia, fui na certa: escolhi um peeptoe (caso você não se recorde, é aquele que tem uma abertura -como se fosse um teto conversível- para os dedinhos) da Arezzo. Além de ser confortável, bem elegante.


Mas ao cruzar a primeira esquina, ainda perto da minha casa, percebi que meu sapato não estava em um dia bom. Justo ele que NUNCA havia me incomodado, estava machucando a parte de trás do meu tornozelo. Sabe aquela fricção que arde, descasca e faz a sua vida depender de um esparadrapo? Assim mesmo!


Fiquei intrigada, mas logo cheguei à conclusão: meus sapatos são bipolares!! Um dia, estão ótimos, felizes, passeiam sem me machucar; mas em outros, saem contrariados, se rebelam e tomam o dedo mindinho como “refém”.Parece que o sapato pensa assim “Nós não queremos machucar ninguém. Libera todo mundo e fica descalça!”.


Na hora do almoço, passei pela vitrine da Andarella. Passei, voltei e fiquei. Ele era preto, tinha um laçinho. Não resisti. Eu já estava completamente envolvida! Quando a vendedora falou, com ar de dúvida, que “iria ver” se tinha o meu número, meu coração chegou a disparar. Tive que me segurar, pois a minha vontade era pedir para procurar no estoque junto com ela!


Mas aí ele chegou. Escondi o nervosismo. Meus olhos brilhavam! Calcei um par, depois outro. E constatei; como eles me apertavam!! A vendedora ainda tentou me consolar; “Eles vão ceder”. Traduzindo, ela queria dizer “o relacionamento tinha tudo para dar certo”. Mas fui forte! De pessoas que um dia te cumprimentam, falam “bom dia” e nos outros lhe ignoram, já bastam os meus vizinhos!

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Não vivo sem elas!!





Em tempos de casamento real, eu também não vou ficar de fora. Minha amiga Frances me mandou duas fotos da Rainha Elizabeth, a vovó do noivo do ano, com diferença de MUITOS anos de uma para a outra. O que as fotos têm em comum? A nobre usa a mesmíssima bolsa!! Dá só uma olhada.


Eu sei, eu sei. Nutro uma verdadeira adoração platônica indescritível por bolsas. Tenho a paciência e “necessidade” de trocá-las TODOS os dias. Meu marido fala que o cabide onde coloco as minhas deixou de ser um cabide e passou a ser uma árvore. Exagerado! As de jeans são a “must have” da estação. Vai bem com quase tudo. De acordo com o seu bolso, você pode optar pela da C&A (R$89,90) ou da Louis Vuitton ($2190,00). Gosto das duas!!

Mesa comunitária




Hoje foi diferente. Não tive companhia para almoçar! Justo eu que não suporto almoçar sozinha. Não que eu tenha “problemas” com solidão; vamos combinar que, depois que você tem um filho, a equipe doméstica cresce e ficar sozinha em casa - por exemplo- é quase um luxo!

Mas eu não me abalei. Fui no mesmo restaurante e comi a mesma comida de sempre. Quem é virginiano sabe que uma mudança na rotina é capaz de levar os nativos deste signo a loucura. Escolhi o de sempre: o arroz integral e o bife à parmegiana feito no forno. Mas aí decidi “ousar” (meio da semana pode, né?) e peguei uma quiche de cenoura com queijo.

Como se o destino quisesse me lembrar que eu estava solitária, a única cadeira vaga em todo o restaurante era na mesa comunitária. E olha que a posição da cadeira nem era boa; no meio de outras.

Foi aí que aconteceu. Eu percebi que estava sendo paquerada pelo meu companheiro de mesa. Primeiro houve uma troca de olhares. Eu olhei e ele também. Sei lá quem olhou primeiro. Depois tive certeza. Ele olhou de novo. Cheguei a pensar que ele estava arrependido de não ter escolhido a quiche de cenoura. E estava olhando para ela, e não para mim.


Mas bastava eu levantar a cabeça que lá estava ele olhando. Devia estar na faixa dos 50 anos. Cabelos grisalhos, rosto bem marcado de rugas e uma aliança que era o dobro da minha. Não, eu não o achei feio. Nem bonito. Para se ter um parâmetro, se o mundo fosse acabar e a minha sobrevivência dependesse dele, eu até aceitaria um convite para um almoço (coisa breve).

Por coincidência (ou não) terminamos a refeição praticamente juntos; a tempo de nos encontrarmos no caixa de pagamento. Foi nesse momento que reparei. Meu Deus?! Que barrigão! E olha que nem reparei o que ele tinha ingerido!

Definitivamente eu não deixaria que ele me salvasse, caso o mundo viesse a acabar. Eu escolheria alguém que fizesse mais o meu tipo. Pensei em todo os homens que conhecia e os que desejaria conhecer. Finalmente escolhi um que parecia reunir TODAS as características. Não é que casei com ele?!

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Minha traição





O domingo transcorria as mil maravilhas. Eram 19 horas e Fred até sugeriu que fossemos dormir. Cheguei a chamá-lo de louco. Há quanto tempo eu esperava um domingo para não fazer...nada! Valentina já chegou em casa dormindo. Eu podia fazer o que quisesse!!


Escolhi pegar uma revista e deitar na cama com a minha camisola da Marisa Lingerie que mais parece um vestidinho. Lindinha!! Mas aí Fred me perguntou onde estava “sei lá o quê”. No que respondi “Deve estar na minha bolsa”. Pois então ele surgiu no quarto, com uma samba-canção que evidencia o quanto ele é magro (muito triste ter um marido mais magro do que a gente!). A voz dele era firme e ele fez questão de falar o meu nome como se Priscilla tivesse 15 is!! “Priscilla; o que significa isto?!”.


No instante pensei. Merda; ele descobriu tudo!! Aí eu pensei com mais calma. Tudo o quê?! Parecia que ele estava com fotos minhas nuas, é obvio, beijando Wagner Moura nas areias de Saint Barths. Mas aí “lembrei” que nunca fiquei nua na praia e nem fui a Saint Barths. Coisas que, vamos combinar, ainda posso fazer. Já a parte que envolve Wagner Moura, é um pouco mais complicada. O fato é que Fred segurava dois papeis prateados, como se fosse um livrinho, onde se lia em branco H STERN!!


Meus carnês haviam sido descobertos!! Ele foi bem incisivo. “Você anda comprando na H Stern?”. Até nessa hora, o homem é machista!! Se ele tivesse achado um carnê das Casas Bahia, COM CERTEZA ele não falaria “Você anda comprando nas Casas Bahia?”.


Agi com a naturalidade que o momento pedia. Saí da minha posição lânguida, dei uma esticadinha – como só os míopes sabem fazer - e falei “Ah; são os meus carnês. Um já acabou, o outro está quase. Dá só uma olhada”. Quer saber? Agora estou até mais leve! Ele já sabe que não tenho ninguém, só alguns brincos!!